Eu quero melhorar
Hoje, escrevo para aqueles que pretendem ser um piloto virtual, recentemente se tornaram ou para os que já estão nesse mundo há mais tempo. Na verdade, falo para todos, pois sempre haverá algo a aprender, por mais que pratiquemos esse hobby.
Sabe aquele piloto que faz manobras que achamos impossíveis; sempre certeiro em seus tiros? E o pior, você nunca consegue derruba-lo, não é? E por mais que você tente, arrisque, faça um ataque de forma diferente ou aplique um ataque surpresa, depois de alguns tiros você acaba quase sempre com ele em sua fix, certo?
Aí a gente imagina que somos ruins demais, que o cara é um gênio ou que usa algum cheater. Bom, por mais que esses fatos descritos, em algumas situações, possam até ser verdadeiros, a questão não passa bem por aí.
Existem pessoas com um talento inquestionável para algumas atividades? Sim. Claro. Assim como existem médicos, cientistas, advogados, cantores, pintores etc que durante os anos acabam se diferenciando de alguma forma, na vida de piloto virtual não é diferente. Contudo, na maior parte dos casos, o sucesso advém da dedicação, da prática, do aprendizado. Talento é o simples resultado da obstinação aliado a uma boa dose de inteligência.
Quando comecei a me “arriscar” como piloto virtual passei um bom tempo me sentindo um fraco. Com o tempo, percebi que já dava para sonhar com um melhor desempenho. E foi exatamente nessa época que cheguei à conclusão de que o bom resultado é impossível sem a constância e o respeito aos nossos limites. Então, em pouco tempo, já percebemos que melhoramos muito. É só olhar para trás. A partir daí, a distância para os melhores fica bem menor.
Não existe milagre, seja no virtual ou real. Ninguém é bom porque alguém apontou-lhe uma varinha mágica e o escolheu para tal. A estrada em busca do bom desempenho é, de fato, árdua, gradual e até cansativa, por mais prazer que você tenha em pilotar. Existem etapas inevitáveis a serem cumpridas. A evolução, muitas vezes, é imperceptível a curto prazo. A experiência lhe traz algo fundamental: os “déjà vus”. Quanto mais calejado você é, mais aquela curva que o inimigo faz a sua frente lembra outra semelhante, mais rápida é sua reação diante de uma manobra inesperada, mais frio você consegue ser sob pressão. Sem falar, é claro, na habilidade, arrojo e destreza.
Portanto, se realmente desejas ser um piloto competitivo, não perca tempo. Vá para o ar, voe, curve, mergulhe e atire. E quando achar que melhorou muito, voe novamente. Mas não se esqueça de observar, perguntar, compreender e usar muito a cabeça.
E ao invés de ficar se questionando o porquê da distância entre você e outro piloto, procure olhar para trás e veja o enorme vão que separa você hoje do de alguns meses atrás.
Não há outro caminho senão este. Piloto virtual só se aprende praticando, assim como ensinou Drummont que “amar só se aprende amando”.
Texto adaptado para IL2.
Texto original escrito por Bruno Melo, jornalista e piloto do automobilismo virtual.